O conceito de Mindfulness, também conhecida em português como Atenção Plena tem origem nas práticas meditativas Orientais. O médico Jon kabat-Zinn, assim como o monge Thích Nhât Hanh foram os primeiros impulsionadores deste conceito no Ocidente. Kabat-Zinn retirou a vertente religiosa da prática da meditação e adaptou ao contexto clínico, desenvolvendo um programa clínico de redução de stress (MBSR) (Queirós, 2014).
A atenção plena é definida como um método de treino mental. Através da sua prática, esta possibilita ao indivíduo uma satisfação com a vida, estando diretamente ligado a índices de felicidade maiores. Ao fomentar a consciencialização, o ser humano estará mais presente no momento, associando-se a emoções positivas, nomeadamente gratidão, alegria, entre outros. As vantagens ao estarmos mais conscientes, colocando de lado o modo “piloto automático”, faz com que os nossos valores, princípios e intenções estejam mais alinhados com o que pretendemos para a nossa vida (Williams & Penman, 2015).
É essencial ressaltar que a atenção plena não é algo contrário ao pensamento, mas sim promove um relacionamento com o mesmo diferente do habitual. Ao desenvolver esta competência de estar mais presente, podemos observar os vários pensamentos que vão surgindo. Associado ao conceito em estudo, existe uma redução de pensamentos ruminativos (Brown et al., 2007).
O treino de atenção plena (Williams & Penman, 2015) estimula a adoção de certas atitudes em relação à experiência, das quais se destaca o não julgamento, assim como a aceitação. Esta última atitude, permite mediante os desafios encontrados facilitar o contacto direto com a realidade ou até experiências desconfortáveis. Com isto, é potenciado o desenvolvimento de insights sobre o próprio sujeito, os outros e condição humana. Esta forma de consciência engloba uma regulação voluntária dos estados de atenção e também ao nível da consciência (Brown et al., 2007).
A prática da atenção plena tem como intenção o comprometimento a estar presente no aqui e agora, tendo em consideração que tudo o que se torna consciente precisa de ser aceite. Para que ocorra um funcionamento eficaz é requerido que a atenção tanto seja direcionada para o interior como para os eventos exteriores (Brown et al., 2007).
Em suma, ao adotarmos uma postura de “ser mais consciente”, conceito relacionado com a atenção plena, estamos a favorecer uma vida mais plena e satisfeita, com melhorias no campo da felicidade (Williams & Penman, 2015).
Referências: Brown, K. W., Ryan, R. M., & Creswell, J. D. (2007). Mindfulness: Theoretical foundations and evidence for its salutary effects. Psychological Inquiry, 18(4), 211-237. Queirós, M. (2014). Inteligência Emocional - Aprenda a ser Feliz. Porto: Porto Editora. Williams, M. & Penman, D. (2015). Mindfulness. (2ªEdição). Alfragide: Lua de Papel.