A aprendizagem está presente em todas as idades e não só no âmbito escolar. O cérebro humano está preparado para modificar-se em qualquer idade e para se adaptar aos diferentes meios. Quando o tópico é a aprendizagem, não existe nenhum inconveniente que impeça que esta ocorra. Dado que, os neurónios estão aptos a originar novas conexões sendo fortalecidos com a sua repetição. Aprender muitas das vezes, requer sair da zona do conforto. Como tal, a automotivação é um elemento chave na aprendizagem. Uma forma de a otimizar é encontrar pontos consideráveis entre o que pretendemos aprender e o que o indivíduo já tem conhecimento1.
A atenção é considerada também um pré-requisito para a própria aprendizagem. Os resultados sugerem que sujeitos mais atentos demonstram ser mais capazes de aprender quando comparado com sujeitos desatentos2.
A autoeficácia (convicção que o sujeito tem de ser competente na realização de uma determinada tarefa), permite ao indivíduo procurar novos desafios e aplicar as suas capacidades de forma produtiva e benéfica3. Estudantes que acreditam nas suas capacidades apresentam uma maior probabilidade na obtenção de bons resultados do que os estudantes que apresentam uma baixa autoeficácia4.
A memória por sua vez é influenciada pelas emoções, que tem um impacto direto na codificação, armazenamento e recuperação. O mesmo ocorre quando o sujeito se encontra stressado, a informação aprendida é retida de uma forma deficiente dado que o processo não sucede de forma normativa5.
A neuroplasticidade veio demostrar a capacidade que o nosso cérebro tem de se alterar e regenerar-se ao longo do ciclo vital. Através de estímulos relacionados com a experiência e aprendizagem, estes vão permitir a neurogénese, que se traduz na criação de novos neurónios assim como na criação de novas conexões entre esses neurónios (sinaptogénese). As investigações tem exibido que a educação e o trabalho demostram ser preponderantes para a diminuição da deterioração mental, ou seja, assumem um efeito protetor na saúde cerebral. Em termos profissionais, o que estudos indicam é que, por norma, os trabalhos e as ocupações que realizamos diariamente e que envolvem um estímulo mental mais recorrente, permitem a diminuição da deterioração mental. Muitas das vezes um nível alto de educação está relacionado com um trabalho mentalmente mais estimulante1.
Referências: 1. Ibáñez, Á. & Goldberg, E. (2018). Como investir no seu cérebro? – Um guia prático para melhorar a qualidade de vida e a saúde mental. Lisboa: Edições Sílabo. 2. Brown, K. W., Ryan, R. M., & Creswell, J. D. (2007). Mindfulness: Theoretical foundations and evidence for its salutary effects. Psychological Inquiry, 18(4), 211-237. https://doi.org/10.1080/10478400701598298 3. Goleman, D. (2019). Inteligência Emocional (18ª Edição). Maia: Temas e Debates. 4. Papalia, D. E., Olds, S. W., & Feldman, R. D. (2001). Desenvolvimento Humano. (8ªEdição). Porto Alegre: Artmed. 5. Carstensen, L. L., & Mikels, J. A. (2005). At the Intersection of Emotion and Cognition: Aging and the Positivity Effect. Current Directions in Psychological Science, 14(3). https://doi.org/10.1111/j.0963-7214.2005.00348.x