Aprender e desenvolver novas competências fortalece as conexões neuronais, assim sendo, a aprendizagem pode ser estimulada através de atividades que envolvem o “quebrar” a rotina e aquilo que estamos habituados a fazer. As atividades mentais consideradas estimulantes, não antecipam a demência, mas sim permitem retardar o seu surgimento, como é o caso, de tocar um instrumento musical, aprendizagem de uma nova língua, entre outros1.
Sujeitos que se mantêm ativos mentalmente ao longo da sua vida, de acordo com os estudos, desenvolvem um número menor de placas amiloides (patologia da doença de Alzheimer). A nutrição do nosso cérebro numa grande proporção depende de cada sujeito, ao contrário, do que acontece com muitas outras coisas na vida. Uma estratégia completa para a saúde cerebral passa por uma nutrição equilibrada, exercício físico, atividades estimulantes ao nível cerebral e a redução do stress. O stress crónico e sucessivo, em termos cerebrais tem um impacto destruidor nos neurónios, o que diretamente afeta a memória. A atividade que aparentemente está associada a uma função cerebral reduzida é a visualização da televisão. Por oposição, atividades de ócio (ler, escrever, jogos de mesas, etc) principalmente se apresentarem um fator de novidade e também de desafio são estimulantes para o nosso cérebro1.
Por outro lado, a prática da atenção plena que se traduz num método de treino mental, possibilita ao indivíduo a tomada de consciência ao nível dos pensamentos, sentimentos e sensações, o que se reflete no funcionamento do cérebro de quem a pratica e consequentemente na aprendizagem3. Para os sujeitos que apresentam défice de atenção, o treinamento da memória de trabalho terá repercussões no aumento da capacidade raciocínio no seu global. Representa também, uma melhoria significativa na atenção sustentada, uma melhor gestão de impulsos assim como um aumento na capacidade de aprendizagem1. O exercício físico beneficia a neurogénese, na mesma proporção que a aprendizagem bem como os exercícios cognitivos colaboram para a sobrevivência dos neurónios, sendo complementares entre si1.
Pode-se assim afirmar que, os fatores que contribuem para aumentar a reserva cognitiva são: o nível educacional, inteligência, ocupação e interação social2.
Referências: 1. Ibáñez, Á. & Goldberg, E. (2018). Como investir no seu cérebro? – Um guia prático para melhorar a qualidade de vida e a saúde mental. Lisboa: Edições Sílabo. 2. Saraiva C. B., & Cerejeira J. (2017). Psiquiatria fundamental (2ªed). Lisboa: Lidel. 3. Williams, M., & Penman, D. (2015). Mindfulness. (2ªEdição). Alfragide: Lua de Papel.